Autora: Suely Soares
Naquele dia eu acordei e lembrei-me de como te amava e
havia amado sempre. Lembrei-me também do quanto era loucura amar alguém que eu
nunca tinha sentido, que mal tinha visto, alguém com quem convivia apenas
virtualmente, mas ainda assim tu foste sempre como uma parte de mim, a mais
bonita, porém secreta. Mais do que qualquer amigo, mais do que um colega, mais
até do que ele, ele que mora a um passo de mim, e mostra-me todos os dias que
me ama. Ele esta bem perto, estarmos juntos talvez até seja o mais certo e sei
que só depende de mim para que realmente seja assim.
Mas por mais que eu me recuse a acreditar é a ti que
eu amo. Amo-te sem te ver, sem tocar e sem beijar, amo-te como ele me ama, com
a vontade de viver, a vontade de gritar pra todo mundo ouvir.
Naquele dia ele ligou-me e disse-me que me amava, e eu
tive inveja porque nunca consegui dizer-te o mesmo.
Peguei nas malas, que na verdade estavam feitas há
quase um ano, fui para o aeroporto comprei o bilhete, esperei oito horas pelo
voo mesmo dentro do aeroporto, por medo de sair e não mais voltar.
Quando chegou a hora, entrei para o avião a chorar, de
alegria, de emoção, de orgulho de mim mesma. Aguentei as horas de voo, muda,
viajando nos meus pensamentos, no medo de chegar e te encontrar no mesmo lugar,
mas cansado, muito farto de me esperar.
Desçi do avião, olhei em volta e estava noutro
continente. Liguei o telemóvel e recebi uma mensagem dele, que até parecia que
pressentiu:
"não te afastes, eu amo-te".
Meu coração começou a bater descontroladamente. Peguei
um táxi, com o cartão na mão a tremer, era o cartão que estava no bouquet de
flores que me enviaste no meu ultimo aniversário:
Espero que em datas como estas que passas longe de
mim,
lembres do quanto eu te quero e de que podias estar
aqui
No cartão tinha o teu endereço, por isso guardei como
um tesouro, era o endereço do meu refúgio, o único lugar onde poderia ter paz!
Quando o motorista olhou para mim e disse-me senhorita
é aqui, eu perdi forças nas pernas por segundos, sai e bati na porta, olhei
para o relógio, eram 6:30 da manhã, será que estavas a dormir? Bati com mais
força e então vieste abrir, e olhaste para mim perplexo, não me contive,
abracei-te sem nem dizer olá.
- Pensei que nunca viesses, pensei ate que já nem me
amasses, ou que no minimo estivesses a ser amada por outro alguém... disseste,
sem desviar o teu olhar do meu olhar
- Eu vim porque te amo, vim porque cansei de me
convencer, que de outro homem posso ser. Tem alguém que me ama, sim. Ele me
ama, mas eu amo-te!
Incroyable ����������������
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